O desafio para hoje é antecipar as necessidades de formação das empresas para os seus colaboradores.
Imagino que muitos de nós estejam cansados da voragem dos dias, do mundo VUCA, TUNA ou BANI. De correr continuamente atrás do prejuízo, apagar fogos ou resolver mil e um pequenos problemas administrativos e burocráticos que nos consomem os dias. Trânsito, greves, contestação social, desastres naturais e ambientais, doenças, refugiados, os nossos dias estão carregados de cinzento. Inflação, guerra na Ucrânia, PRR, novos modelos de trabalho, dificuldade em atrair e reter talento, margens espremidas, inovação disruptiva, Chat GPT, escândalos políticos e outros chavões surgem como um carrossel imparável nas notícias e nas conversas quotidianas. No meio de toda esta cacofonia, o que é realmente importante?
‘Lifelong learning’ – vamos ter de nos reinventar ao longo da vida, mudando de profissões e de empresas, e para isso precisamos continuamente de reforçar as nossas competências. É fundamental que a aprendizagem individual seja transferida para as empresas, pelo que deve ser instrumental, prática e aplicada e deveremos conseguir medir o seu impacto. Mas quais os temas prioritários?
A qualidade da liderança faz toda a diferença. A função dos líderes é criar e desenvolver outros líderes para que deixem de ser indispensáveis à organização e perpetuem a sua capacidade criadora. As pessoas são o recurso mais importante das organizações.
Mudança, precisamos de saber geri-la. O seu ritmo alucinante obriga-nos continuamente a colocar em causa o que pensávamos ingenuamente ter como adquirido. É preciso envolver todos, caminharmos na mesma direção e alinharmo-nos com o propósito e os valores, que são o nosso farol corporativo.
Claro que a inovação será a salvação da maioria dos negócios. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei, ou, em jargão de gestão, precisamos de estratégias Blue Ocean e é a inovação que nos leva até elas. Fazer mais do mesmo, ainda que muito bem, é sempre uma estratégia dominada perante fazer algo diferente.
A agilidade nas equipas e nos processos é muito bem-vinda. Vivemos no mundo do instantâneo e da gratificação imediata. A atenção é um recurso muito escasso.
A adaptabilidade e o jogo de cintura são indispensáveis nos tempos modernos. ‘Survival of the fittest’.
A felicidade e o ‘wellbeing’ são essenciais para os colaboradores, por isso as empresas desdobram-se em programas e iniciativas, promovem o ‘work life balance’, encorajam o desenvolvimento de interesses não relacionados com o trabalho como escape ao stresse. Promove-se a saúde mental com programas de sensibilização e boas práticas. Se não estivermos bem, não podemos contribuir com todo o nosso potencial.
Igualdade, diversidade e inclusão são igualmente bandeiras do mundo corporativo. Para alguns constituem verdadeiramente um desígnio e um propósito, para outros mera necessidade de cumprimento de requisitos legais e de civilidade. Todos diferentes, todos iguais.
Enfrentamos a possibilidade de uma extinção em massa enquanto espécie. O planeta Terra vai continuar a existir, nós… O combate às alterações climáticas, a transição energética, as metas da neutralidade carbónica e os negócios sustentáveis são temas incontornáveis.
A aprendizagem contínua será uma inevitabilidade. Quais são os principais temas? A única regra é que não há regras.
Artigo publicado na Human.
O ISEG foi classificado entre as 50 melhores Escolas de gestão do mundo, pelo prestigiado ranking em formação de executivos do Financial Times.