Nos últimos tempos, têm surgido manchetes e conversas de café (e redes sociais) a proclamar que “férias no Algarve estão mais caras do que nas Maldivas”. Esta comparação tem tanto de viral como de absurda. É o clássico exercício de comparar laranjas com maçãs — ou, neste caso, sardinhas com lagostas — ignorando o contexto, os públicos e a natureza profundamente distinta de cada destino.
Comecemos pelo mais óbvio: a sazonalidade. Agosto é, para Portugal, o pico da época alta. Para as Maldivas, é praticamente época de saldos. Estamos, portanto, a comparar o Algarve no seu auge — com praias cheias, restaurantes lotados e hotéis à pinha — com as Maldivas em pleno calor húmido e chuvas tropicais. É desonesto e intelectualmente preguiçoso.