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Elogio da loucura

Artigo Catarina Paiva IEE LC Interior

No Relatório Future of Jobs publicado regularmente pelo Fórum Económico Mundial acerca das skills que as empresas mais procuram nos profissionais, no TOP 10 aparecem em lugar destacado as competências de pensamento inovador, criatividade e originalidade. O tema das competências relacionadas com a criatividade e inovação não é novo, mas tem ganho cada vez mais um maior destaque nas organizações.

 

Os benefícios de uma cultura criativa e de inovação nas empresas e organizações são inquestionáveis e não são só de desenvolvimento de negócio, da melhoria da relação com o cliente e identificação de novas oportunidades. A criatividade e inovação promovem também a iniciativa e experimentação por parte dos colaboradores com foco em melhorias contínuas, um modelo de trabalho numa lógica mais ágil e uma hierarquia horizontalizada, em que todos se sentem confortáveis a contribuir e partilhar ideias.

 

No âmbito do Programa Sustainability: A Corporate Journey do ISEG- Exec Education, que realizamos em parceria com o GRACE, tivemos a participação de um dos fundadores do Projeto Manicómio, Sandro Resende. O Manicómio é um hub social, galeria de arte, espaço de trabalho que promove trabalhos de artistas que experienciaram ou experienciam ainda doença mental e é também um cowork onde a liberdade de expressão faz parte do ADN. O Manicómio já ganhou concursos de criatividade, recebeu prémios internacionais, trabalha com marcas como a Central de Cervejas, Fidelidade, Herdade da Malhadinha Nova e Arcádia. E que aprendizagens e ensinamentos este projeto traz para as empresas e organizações? A capacidade destes artistas em produzirem obras criativas está intimamente relacionada com o grau de liberdade e confiança que lhes é dado, com a forma de os integrar num espaço em que a individualidade, a diferença e a autenticidade de cada um é valorizada.

 

Tradicionalmente, o termo criatividade sempre esteve associado à atividade artística. Uma mente criativa é inspirada a olhar para os problemas complexos e encontrar soluções não lineares que outras mentes menos criativas não conseguem. É a possibilidade de ver as coisas de um modo diferente e criar soluções para todo o género de problemas e desafios. Não está limitada à arte ou à escrita, embora seja aí que tradicionalmente a encontramos. A arte deixa à gestão empresarial muitas lições, uma delas é a do legado: “vida breve, arte longa.” As pessoas mudam, mas o propósito das empresas mantém-se, ou pelo menos deve perdurar durante muito tempo.

 

Artigo publicado na RH Magazine.

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