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O Futuro da Banca - O que faria o "Jeff"?

Joana Santos Silva (1)

Quando refletimos sobre os desafios da banca e as exigências do novo consumidor é importante relembrar uma frase de Bill Gates em que ele afirmava já em 1990 que “as pessoas não precisam de bancos, mas sim de serviços financeiros."

Tenho para mim que os serviços de futuro, na banca ou em qualquer área de negócio, tornam-se dominantes quando são desenhados para pessoas preguiçosas. Por outras palavras, quanto mais simples for a solução, maior a probabilidade da adoção da mesma. O desafio para as empresas é que o desenho simples e sem esforço para o cliente, é de extraordinária complexidade de implementação para a empresa.

 

O DBS Bank, com sede em Singapura, tem sido vencedor do prémio de melhor banco no mundo por diversas ocasiões, e conseguiu alcançar este destaque por agir mais como uma empresa de tecnologia do que um banco. A inspiração foram os grandes operadores como a Google, Amazon, Netflix, Apple, Linkedin e Facebook. O DBS pretendia ser o D em GANDALF, um acrónimo usado dentro da empresa para refletir a nova forma de estar da mesma.

 

A liderança do banco foi impelida a mudar pois sentia a ameaça das empresas tecnológicas que têm uma melhor relação com o cliente. As reuniões internas passavam a ter como pergunta recorrente – “O que faria o Jeff (Bezos)?” quando queriam avaliar novas iniciativas. A base da transformação deste banco, que tem servido como estudo de caso a nível mundial, foi um dado de cliente assustador – 74% dos clientes inquiridos preferiam ir ao dentista a realizar uma operação bancária! Isto levou ao desenvolvimento da nova visão do banco – “Making banking joyful” – tornar o sector bancário mais agradável…. O slogan do banco – “Live more, bank less” corporiza a ambição de tornar os serviços bancários invisíveis, ou nas minhas palavras, preguiçosos.

 

A incorporação de tecnologias digitais para tornar a banca mais conveniente, segura e agradável para os clientes tem sido o caminho procurado por inúmeras instituições financeiras a nível mundial. Hoje, a maioria dos clientes tem 2,5-3 relações com instituições financeiras, ou seja, não existe fidelização e, em muitos casos, uma dessas relações pode ser com um Neobank. A maior proximidade junto do cliente, a personalização e a customização dos produtos e serviços são fundamentais para manter a relevância dos bancos.

 

Para fazer este caminho é essencial criar uma cultura de inovação que não é inata na maioria dos incumbentes. É preciso repensar processos, estruturas e formas de incentivo que premeiam pensar e servir de forma diferente. O processo de transformação é longo e árduo e implica um conjunto amplo de competências digitais e de compreensão do cliente, porque quando o cliente nos compara com o dentista é imperioso atuar de outra forma… ou ficamos fora do jogo!

 

Artigo publicado no Jornal Sol - Suplemento País Positivo.

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