Urge intensificar a compreensão que a construção de vantagens competitivas, a reforçar e ou adquirir, para os próximos anos, advirá muito da capacidade de planeamento e sobretudo investimento.
Vivemos novos tempos democráticos, económicos e sociais. É assim natural que se viva alguma espera e até retração na tomada de decisão dos indivíduos e das organizações.
Tendo como horizonte compreender como serão os próximos meses/anos, é fundamental intensificar a compreensão que a construção de vantagens competitivas, a reforçar e ou adquirir, para os próximos anos, advirá muito da capacidade de planeamento e sobretudo investimento. Em particular ao nível de competências atuais e futuras que, com muita concordância, se sabe que moldarão o futuro da sociedade, dos negócios, do bem-estar e esperança social.
Os desenvolvimentos tecnológicos, as preocupações ambientais e respetiva regulação, assim como maior atenção a compliance ao nível de cibersegurança e corrupção estão a ter um grande impacto nos planos estratégicos das organizações e obrigam a mudanças de processos estruturais. E nada fáceis.
A aposta em desenvolvimento de competências e reforço de talentos, numa perspetiva de “lifelong learning”, são críticas em projetos de investimento, é para assegurar que neste momento já estão a ser implementados esforços que terão impacto a médio prazo.
O período que vivemos é, como aconteceu no passado, definidor do potencial futuro, não só pelas implicações políticas, económicas e sociais de eleições e guerras na Europa e no Mundo, mas também pela capacidade do tecido empresarial se preparar para liderar. Temos, a nossa história disso tem boas evidências, condições intrínsecas muito positivas a potenciar, mas necessitamos compreender que o maior investimento a ser feito é no conhecimento, saberes e sabedoria que são cada vez mais holísticos.
É do saber e do fazer rápido que nasce a inovação disruptiva, a transformação positiva e necessária para sermos players reconhecidos no futuro dos negócios. E tudo sempre com forte impacto na saúde do país que queremos ser.
Recordando o Professor Agostinho da Silva sempre atual num seu texto que foi publicado como “a sua última conversa” em 1996:
“Alfabetizar hoje uma pessoa não é apenas mostrar-lhe como se escreve isto ou aquilo. Curiosamente, foi uma coisa que só descobri em mim há pouco tempo. Estava a ler um artigo sobre a Lua e o autor explicava porque é que há Lua Nova. Eu nunca tinha pensado naquilo. Eu era analfabeto em Lua Nova. Por isso, agora, não é preciso alfabetizar as pessoas. Agora era apenas preciso vir um homem e dizer assim: essa coisa do satélite português que foi para o ar, como é que trabalha? Então eu explico-lhe como é que é, e ele fica alfabetizado para o importante, que no fundo é perceber o mundo actual e o mundo em que vivemos. Escrever, só se escreve algum tempo depois de ter acontecido na história”.
Artigo publicado no O Jornal Económico.