O ISEG tem uma história inigualável na formação de líderes e decisores em Portugal, mas é a sua capacidade de evoluir que o distingue. A instituição afirma manter a tradição académica e a profundidade intelectual que sempre a caracterizou, enquanto aposta em metodologias inovadoras, colaborações internacionais e na introdução de temas emergentes, como a sustentabilidade – área em que refere ter sido pioneira na formação em Portugal –, a inteligência artificial, o pensamento crítico, a tomada de decisão e a gestão da mudança, considerados essenciais para o sucesso das organizações.
Em entrevista à Executive Digest, Joana Santos Silva, CEO do ISEG Executive Education e directora Executiva do ISEG MBA, defende que este equilíbrio entre herança e inovação torna os seus programas relevantes e diferenciadores, assegurando um traço de pioneirismo.
Como é que estes programas do ISEG se diferenciam no panorama actual da educação em gestão?
O ISEG MBA, da Universidade de Lisboa, distingue-se por uma abordagem holística e aplicada à gestão, estruturada em torno de três pilares: Liderança, Inovação e Impacto. O programa inclui uma imersão internacional no Silicon Valley, em parceria com a Universidade de San Francisco, e mantém uma forte ligação ao meio empresarial através de um corpo docente de excelência e parcerias estratégicas.
Por outro lado, temos uma componente forte de desenvolvimento pessoal reflectido em várias actividades customizadas e one-to-one para que cada aluno possa desenhar a sua jornada pessoal de desenvolvimento.
O conceito de liderança tem evoluído significativamente, com um foco crescente na inteligência emocional, adaptabilidade, positividade e até felicidade. Como é que estes programas do ISEG preparam os seus alunos para liderarem no contexto volátil e incerto dos negócios actuais?
A liderança do futuro exige muito mais do que conhecimento técnico. No ISEG, apostamos no desenvolvimento de uma liderança holística, através de programas que exploram a inteligência emocional, a resiliência e a gestão de equipas em contextos desafiantes. Trabalhamos o autoconhecimento, a empatia e a capacidade de influenciar positivamente, elementos essenciais para um líder que precisa de mobilizar pessoas e inspirar mudança. Reconhecendo a importância da liderança a todos os níveis, são oferecidos programas específicos para cada caso. Para C-Level, destaca-se o “Strategic Leadership Program”, em parceria com a Columbia Business School. O “EPIC: Strategy & Leadership – A new way to do business” dirige-se ao Middle Management, focando-se na visão estratégica e na criação de valor. O “Leading People & Change” integra a gestão da mudança na liderança, promovendo a agilidade organizacional. Já o “EmPower: A Journey to Career Advancement, Networking & Personal Branding” apoia high flyers no desenvolvimento de soft skills essenciais para assumirem cargos de liderança com confiança.
O mercado global valoriza cada vez mais competências híbridas, combinando gestão, tecnologia e visão estratégica. De que forma o ISEG tem ajustado o seu currículo para responder a esta exigência?
Os programas do ISEG integram de forma transversal a gestão e a tecnologia, garantindo que os alunos desenvolvem não só competências financeiras, estratégicas e de gestão de pessoas, mas também uma compreensão profunda de temas como data analytics, transformação digital e cibersegurança. Este cruzamento de áreas é essencial para formar líderes preparados para os desafios do futuro. Nesse sentido, cada vez mais, os nossos programas incorporam metodologias de hands-on e challenges, que ajudam a que essa integração tenham um tubo de ensaio na academia, que permita aos participantes, chegados aos seus contextos profissionais, estejam muito mais seguros e preparados para serem agentes de transformação, inovação e evolução dos negócios.
Com a ascensão da inteligência artificial (IA) e da automação, muitas funções tradicionais estão a ser redefinidas. Como é que o MBA do ISEG contribui para a formação destes novos perfis?
Os nossos programas têm vindo a integrar de forma sólida a inteligência artificial, big data e a automação, não apenas do ponto de vista técnico, mas também estratégico. Exploramos o impacto destas tecnologias na tomada de decisão, na optimização de processos e na redefinição dos modelos de negócio, garantindo que os nossos participantes do MBA são protagonistas nos processos de inovação de negócio que estão a moldar o presente das organizações e que lhes assegurarão a sustentabilidade futura.
A introdução de programas focados em IA e machine learning (ML) reflecte uma necessidade crescente do mercado. Como prevê que estas competências irão impactar a liderança e a gestão nos próximos anos?
A IA e o ML vão revolucionar a forma como as empresas operam, desde a tomada de decisão baseada em dados até à automação de processos complexos. No ISEG, capacitamos os participantes para liderarem num mundo onde estas tecnologias são aliadas estratégicas, promovendo uma mentalidade analítica e inovadora. Isto reflecte-se na nossa oferta, com programas técnicos e estratégicos, para criar a visão estratégica, o know how e a cultura necessárias para que as implementações sejam um sucesso, nomeadamente com a Pós-Graduação em “Applied Artificial Intelligence & Machine Learning” para um perfil mais técnico e o “Artificial Intelligence for Value Creation” para perfis de gestão e estratégia.
Afirmam que o compromisso dos vossos programas de formação é descobrir o talento de cada aluno. Sabendo que um MBA ou uma pós-graduação é uma transformação pessoal e profissional, qual é o maior desafio que os alunos costumam enfrentar?
A intensidade de um programa como um MBA cria um desafio relacionado com a gestão do tempo porque é necessário conciliar as responsabilidades profissionais, pessoais e académicas dos participantes. Mas é igualmente nesse desafio, apoiado pela própria estrutura do programa, que assegura mentoring e coaching, que desenvolvem também skills fundamentais para que os participantes alcancem o máximo potencial das suas capacidades, com um desenvolvimento profundo da gestão de prioridades, capacidade de sistematização de informação complexa e tomada de decisão.
A crescente procura por programas personalizados tem levado muitas escolas a oferecer programas modulares e flexíveis. O ISEG considera continuar a apostar e expandir a sua oferta nesse sentido?
A flexibilidade é essencial e temos vindo a ajustar a nossa oferta para dar resposta a diferentes perfis e necessidades dos profissionais e empresas, muito através de programas de curta duração e verticais de formação que levam desde a compreensão do tema até à especialização. No entanto, consideramos igualmente que, enquanto instituição de ensino de referência, devemos ter como missão formar e apoiar empresas e profissionais, aportando o nosso know-how para construção de soluções de aprendizagem robustas, que possam criar impacto real nas pessoas, empresas e economia. Sendo para isto fundamental a compreensão que para maximizar o valor da formação e gerar inovação, a learning jourmey deve ter curadoria e ser focada no objectivo e não exclusivamente no trend topic.
As parcerias estratégicas com empresas e outras universidades são fundamentais para enriquecer a experiência dos alunos e para trazer oportunidades de carreira. Que parceria destacaria como tendo trazido um impacto significativo ao programa e que outras poderão vir a ser integradas?
As parcerias que desenvolvemos têm diferentes objectivos específicos e enquadramentos, mas asseguram sempre uma criação de valor real para o participante. Por exemplo, a nível de tecnologia temos parcerias com Microsoft e Amazon Web Services que asseguram aos nossos participantes o uso das tecnologias e infraestruturas de referência em áreas como data science e inteligência artificial. Temos também parcerias com a Universidade de Columbia ou San Francisco, que permitem aos nossos participantes realizar imersões transformadoras em contextos e culturas empresariais distintas, que asseguram uma visão cada vez mais global da gestão, da liderança e dos negócios.
A certificação Triple Crown (AMBA e AACSB e EQUIS) coloca o MBA do ISEG num patamar de excelência internacional. Como se traduz esse reconhecimento na percepção do mercado e na empregabilidade dos alunos, assim como dos parceiros internacionais?
Apenas um 1% das business schools mundiais têm a Acreditação Triple Crown, o que demonstra a relevância e reconhecimento da qualidade das nossas soluções de aprendizagem. Se a este reconhecimento somarmos a regular presença entre as melhores business schools do mundo pelo prestigiado ranking do Financial Times, fica notório para as organizações e executivos que a realização de formação no ISEG é sinónimo de rigor, qualidade e inovação que asseguram impacto mensurável nas organizações e no desenvolvimento de carreira dos participantes individuais. O mercado, não só nacional, consulta e valoriza entidades de referência, que asseguram um standard de excelência na formação de executivos à escala global, onde orgulhosamente nos incluímos.
Se tivesse de definir a evolução dos MBA do ISEG nos próximos cinco anos em três palavras, quais seriam e porquê?
Inovação, impacto e globalização. Os negócios não podem ser compreendidos como estáveis nem locais, pelo que a clara capacidade de revisitar estrategicamente os objectivos amiúde e definir novos, gerir mudanças organizacionais constantes e criar soluções inovadoras que criem valor à escala global é um desafio que será constante para os líderes do presente e futuro. Nesse sentido, o propósito do ISEG MBA é estar um passo à frente das inovações que impactam os negócios, desenvolvendo líderes capazes de moldar o futuro.